quinta-feira, 1 de julho de 2010

O marketing político

O marketing político pode ser estudado em suas três fases: pré-eleitoral, eleitoral e pós- eleitoral. Ele é considerado uma vertente das ciências sociais aplicadas, com a função de construir a imagem pública de um candidato ou partido.
O principal elemento do marketing político é a articulação para a sustentação do poder, especialmente onde há democracia. Isso é acentuado na democracia pela necessidade de manter uma boa imagem do candidato, independe das críticas que a oposição venha a fazer.
O governo de Adolph Hitler é um tema recorrente aos estudiosos de marketing, devido a sua importância na história da humanidade, especialmente no que diz respeito à forma com que ele conduziu as massas, primeiro na política e posteriormente na área militar. A construção do caráter heróico de Hitler, acima dos homens comuns promoveu assim, uma construção de imagem forte para com a população.
A preocupação contínua do candidato com o marketing político durante o mandato é benéfica à população, já que isso implica no cumprimento de suas metas como realização durante o período em que ele está no cargo.
Quando o acesso a televisão era restrito, como na Era Vargas, os comícios populistas foram as estratégias utilizadas como parte integrante de uma divulgação as massas, divulgando suas propostas eleitorais. Como hoje a mídia eletrônica tem fácil acesso, os comícios deixaram de ser a principal forma de exposição do candidato, dando lugar a televisão e ao rádio.
O marketing político bem sucedido é aquele que se utiliza de todas as ferramentas possíveis para tornar uma campanha completa, essas ferramentas seriam encontradas na propaganda, no jornalismo, na dramaturgia, na psicologia.
Embora as pesquisas de voto sejam as mais divulgadas, elas não são as mais importantes na hora de decidir o direcionamento da campanha. As pesquisas qualitativas muitas vezes guiam a campanha, já que são elas que questionam o eleitor sobre o andamento do candidato. Essa pesquisa é capaz de modificar toda campanha, desde o horário em que ela será vinculada até as roupas que o candidato venha a usar. No caso do Brasil, por ser um país grande e com muita diversidade, o candidato deve estar atento as regiões que ele deseja atingir.
Apesar de toda tecnologia a favor dos profissionais e dos políticos, as tendências indicam um eleitor cada vez mais consciente.
O perfil da eleição brasileira é urbano e populista. A maioria da população urbanizada é composta pelas camadas mais pobres, os votos decisórios são os dessa parcela da população, pois são os mais numerosos. Ou seja, o candidato precisa atender os anseios dessas camadas para poder ser eleito.
O processo eleitoral pode ser constituído por três leis fundamentais:
- A indiferença;
-A procrastinação ou Adiamento Máximo;
-A da Efemeridade;
A primeira constitui-se no fato de que a dez meses de qualquer eleição, 70% do eleitorado encontra-se indiferente ao cenário político. Então, administrar uma eleição é administrar o indiferente. Portanto, o marketing eleitoral é a administração da indiferença.
O processo começa com uma minoria pró, uma minoria contra e a grande massa popular indiferente. A partir do andamento da eleição, começa uma exacerbação desses prós e desses contras. A eleição avança, uma parcela deles se amplia e os indiferentes passam a diminuir, passando por uma escala que vai da indiferença à indefinição, da indefinição à indecisão, da indecisão à simpatia e, finalmente, a algum tipo de adesão. O que decide as eleições é o centro moderado, não os extremos.
A segunda, a procrastinação, é o fato de a eleição ser definida na reta final, nos últimos 60, 30 dias. Isso ocorre pelo fato da população só se interessar pela política nos momentos finais, aumentando a importância da boca-de-urna, na medida em que as decisões tendem para os últimos dias. Muitas vezes o candidato que é apontado como favorito no começo da corrida eleitoral acaba sendo derrotado pelo candidato que quase não aparecia nas pesquisas eleitorais.
A terceira e ultima lei, a da efemeridade, mostra como os eleitores muitas vezes tendem a se comportar como crianças, que se encantam por um “brinquedo” novo, mas se cansam dele rapidamente e passam logo a se interessar por outros. Sendo assim, não deve se esperar fidelidade do eleitorado, mas encarar a realidade de que ele tende à inconstância, à efemeridade e a não fidelidade.
A massificação dos eleitorados e da mídia transformou o processo eleitoral, acarretando-lhe grande complexidade, exigindo domínio e conhecimento da nova “tecnologia eleitoral”.

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